Neurofeedback para o Autismo: uma abordagem promissora com a Neurometria Funciona
- Juciely Neves
- 10 de abr.
- 2 min de leitura

Você sabia que o neurofeedback tem se mostrado uma abordagem terapêutica cada vez mais eficaz para pessoas com Transtornos do Espectro Autista (TEA)? Uma revisão sistemática publicada por García-Berjillos et al. (2015) na Revista de Psicopatología y Psicología Clínica aponta avanços importantes no uso dessa tecnologia para melhorar sintomas centrais do autismo, como déficits de comunicação, dificuldades de interação social e comportamentos repetitivos.
O estudo analisou diversas pesquisas que aplicaram protocolos de neurofeedback em crianças e adolescentes com TEA, com destaque para a melhora na autorregulação emocional, aumento da atenção sustentada, diminuição da impulsividade e melhora na interação social. Os autores destacam que o neurofeedback, por ser uma técnica não invasiva, baseada na autorregulação cerebral, se torna especialmente atraente no manejo do TEA, uma condição complexa e multifatorial.
Mas como o neurofeedback atua no cérebro autista?
É aqui que entra a Neurometria Funcional, um avanço tecnológico e metodológico que tem revolucionado a forma de aplicar o neurofeedback. Baseada nos estudos do Dr. Nelson Alves, a Neurometria utiliza mapeamento cerebral quantitativo (QEEG), que permite identificar padrões específicos de disfunção elétrica no cérebro — como hipoatividade em áreas de processamento social ou hiperatividade em redes de alarme e estresse, muito comuns em pessoas com TEA.
Esses padrões são identificados e comparados com bancos de dados normativos, o que permite uma abordagem personalizada, voltada para os biomarcadores cerebrais que estão realmente alterados no indivíduo. Isso significa que o tratamento não é genérico, mas individualizado, respeitando as necessidades específicas de cada pessoa.
Além disso, a Neurometria Funcional integra conceitos de neuroplasticidade, autorregulação e coerência funcional, estimulando o cérebro a reorganizar suas redes de forma mais eficiente. Em indivíduos com autismo, isso se traduz em:
• Melhora da regulação emocional e comportamental
• Aumento da concentração e da atenção
• Redução de crises de irritabilidade e ansiedade
• Maior engajamento social e comunicação
• Estímulo à autonomia e ao bem-estar
O protocolo da Neurometria Funcional também pode ser incluído na avaliação neuropsicológica e o uso de recursos visuais e auditivos personalizados, que potencializam a aprendizagem cerebral. Tudo isso com respaldo científico e com um olhar humano, centrado na individualidade da pessoa com TEA.
Por que isso importa?
Porque muitas famílias ainda enfrentam longas jornadas em busca de tratamentos eficazes para seus filhos no espectro. O neurofeedback com base em neurometria oferece uma alternativa concreta, segura e cientificamente fundamentada para promover qualidade de vida.
Se você é mãe, pai, familiar ou profissional que atua com autismo, vale a pena conhecer essa abordagem. A ciência está do nosso lado, e as possibilidades de evolução são reais.
Referência
García-Berjillos, E., Aliño, M., Gadea, M., Espert, R., & Salvador, A. (2015). Eficacia del neurofeedback para el tratamiento de los trastornos del espectro autista: Una revisión sistemática. Revista de Psicopatología y Psicología Clínica, 20(2).